22/08/2011 - 14h54
Imagem da prova de bulldog, em que o bezerro foi derrubado por Cesar Brosco e precisou ser sacrificado. |
GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
ANA SOUSA
EDSON SILVA
ENVIADOS ESPECIAIS A BARRETOS
ANA SOUSA
EDSON SILVA
ENVIADOS ESPECIAIS A BARRETOS
A morte de um bezerro na última
sexta-feira depois de uma prova na 56ª Festa do Peão de Barretos gerou
indignação entre entidades de proteção aos animais. O caso será levado à
Polícia Civil e ao Ministério Público.
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, cuja mobilização
conseguiu extinguir a prova do laço no país há quatro anos, vai acionar a
Justiça para tentar proibir a modalidade bulldog.
"Nessa prova, o peão se atira sobre o animal e torce o
pescoço. Isso é crueldade", afirmou a presidente do fórum, Sônia Fonseca.
No bulldog, o peão precisa derrubar o bezerro com as mãos, sem
equipamentos. No caso, o bezerro ficou imóvel após ser derrubado. Como o animal
não se levantava, precisou ser carregado para fora da arena.
Anteontem, uma necropsia constatou que o bezerro havia sofrido uma
lesão nas vértebras e, por isso, ficou tetraplégico. Diante da situação, o
bezerro foi sacrificado. A organização da festa disse que o caso foi uma
"fatalidade".
A advogada Viviane Alexandre, representante da WSPA (Sociedade
Mundial de Proteção Animal), afirmou que levará o caso ao recém criado Grupo de
Atuação Especial de Defesa Animal, do Ministério Público.
"A morte do bezerro é a prova de que essa atitude grotesca,
que eles chamam de esporte, provoca maus tratos aos animais", disse.
O presidente da ONG PEA (Projeto Esperança Animal), Carlos
Rosolen, disse que a entidade irá registrar um boletim de ocorrência na Polícia
Civil para a instauração de inquérito de maus tratos.
A PEA foi alvo de decisão da Justiça de Barretos, em 2006, depois
que a organização da festa entrou com uma ação civil proibindo a ONG de
divulgar opiniões sobre o tratamento aos animais. Em março, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a decisão. Em
Ribeirão Preto (313 km de SP), a AVA (Associação Vida Animal) também irá à
Promotoria. Para a presidente Cristina Dias, os animais são forçados a
participar do que ela chama de "espetáculo de horror".
CONTRADIÇÃO
Na noite de sexta, membros da organização da festa não se
entenderam sobre o destino do animal.
O veterinário Marcos Sampaio de Almeida, de Os Independentes
--entidade que organiza o evento--, dizia que o bezerro havia sido levado para
uma ambulância veterinária e que passava bem.
Mas Orivaldo Tenório de Vasconcelos, diretor do Ecoa (Centro de
Estudos de Comportamento Animal), ligado à organização do evento, dizia que
havia a suspeita de que o bezerro tivesse sofrido uma fratura na coluna.
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